terça-feira, 12 de agosto de 2008

Propagandas de Banco no Brasil
Uma nova roupagem para atrair seu público

Durante muitos anos, a propaganda detinha-se apenas em vender o produto de seu anunciante. Mostravam-se suas características e qualidades para alcançar o público-alvo. Conforme a evolução dos meios de comunicação foi se estabelecendo, a linguagem precisou ser melhor trabalhada e não mais vender um produto e sim, um estilo de vida.
Atualmente, boa parte dos consumidores não está interessada em pactuar com pantomimas publicitárias ou atributos físicos e funcionais das marcas. Como bem define Percival Caro Preso, diretor da McCann Erickson Brasil, “a nova geração de consumidores exige compromissos sociais de uma marca, praticados de fato e comprovados na vida real”.
Os bancos brasileiros se adequaram a esta nova realidade e transformaram suas propagandas em verdadeiros traillers sobre o cotidiano urbano, os problemas sociais e as necessidades a serem supridas.
Como os estudos de Maslow já identificavam, o ser humano busca uma motivação para consumir e o Banco do Brasil, explorando a identidade pessoal, veicula uma peça que fala para todos e para cada brasileiro, simultaneamente. O “banco da Maria”, “banco do João” mostra que o Banco do Brasil, como afirma o nome, é feito para o brasileiro e se preocupa com a necessidade de cada um, adequando suas propostas dentro de cada perfil de cliente. Além disso, o Banco explora prática de responsabilidade social e ambiental, onde os problemas socioambientais do país vêm se transformando em oportunidades de negócios. Os publicitários da conta do Banco do Brasil não perdem tempo, uma nova campanha produzida pela Master Comunicação, atual gestora da conta de publicidade que divulga os planos de sustentabilidade do Banco do Brasil, lança um filme de três minutos que conta a história do planeta Terra e da humanidade, ressaltando as mudanças que marcaram ambos, e pede para a população apenas três atitudes por dia pensando na sustentabilidade do planeta. O esforço de comunicação compreende, além do comercial e das ações de marketing viral, anúncios, spot de rádio e inserções na internet.
Na verdade as ações socioambientais praticadas por grande parte dessas empresas transformam pequenas ações socioambientais em grandes campanhas de marketing e comunicação, praticando o termo greenwash que traduzido significa “maquiagem verde”. Sendo assim ações fantasias de responsabilidade social, cujo verdadeiro objetivo é criar valor mercadológico e diferenciais competitivos à marca e imagem dessas corporações e de seus produtos. Elas não têm a mínima intenção de ser socioambientais, apenas de parecer.

O banco Bradesco utiliza o slogan “COMPLETO”, posicionando sua marca como supridora de qualquer necessidade do cliente. Para fazer juz a esta afirmação, o banco criou um manual com 101 razões para o brasileiro escolher o banco Bradesco para ser correntista. Além disso, nas peças sobre o "Planeta Sustentável", faz propaganda de suas ações pró-sustentabilidade, mostrando todas as ações de cunho sócio-ambiental do banco.

Durante anos o consumidor de uma maneira geral nunca se contentou com a abordagem das propagandas de Bancos veiculadas em Tv’s, jornais e revistas. Acredita-se que nelas eles vendiam, ou pelo menos, tentaram vender uma idéia de que o mundo é perfeito, ou que tudo aquilo que o Banco oferece de produtos e serviços trarão apenas benefícios para seus clientes, fazendo-os esquecer de que ele quem vai pagar a conta.
E dentro desta perspectiva que vários Bancos e Agências decidiram mudar o foco de suas campanhas e resolveram colocar “transparência” em seus novos anúncios; caso qual é o do Banco Itaú, que em sua última e atual campanha Publicitária trata da já famosa relação custo X benefício, oferecendo clareza e transparência na veiculação de seus filmes publicitários.
Analisando o layout da peça em questão, pode-se ver que a filmagem do comercial foi feita em preto e branco, apenas com alguns detalhes em laranja, outro sinal que o Banco Itaú quer passar clareza (“o famoso preto no branco”). O texto do comercial também deixa muito bem claro qual a nova postura da empresa em deixar claros os custos de ser um cliente Itaú, pois bem que eles mesmos dizem que suas taxas não são nem as mais baixas e nem as mais altas do mercado.
É obvio que se trata de mais uma nova estratégia de Marketing das Agências de Propaganda comercial e também recomendações do Conar, além da pressão da Lei de Defesa do Consumidor.
Com isso temos visto cada vez mais anúncios de Bancos visando clareza e transparência para com seus consumidores.

É possível entender o posicionamento tomado nas propagandas bancárias no século XXI quando a idéia de “preservação ambiental” e “venda estilo de vida” tornam-se moda na mídia. A imagem de responsabilidade social e o posicionamento que traz uma identidade ao público-alvo convence aqueles que buscam um banco que entenda as suas necessidades. Palmas para as agências produtoras destas peças pois, para o brasileiro, ficou bem mais difícil escolher um banco diante de tão elaboradas peças, seja pela linguagem convincente ou pela proximidade com as necessidades deste século.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008